Frequentemente ouço a crítica ao ritualismo e às repetições que se fazem na igreja. Vêm principalmente das pessoas mais novas, e das pessoas que cresceram envolvidas numa grande carga de tradição religiosa. Curiosamente, é uma crítica que vem não só de pessoas dentro da igreja, como fora dela. É inegável que nos insensibilizamos aos falar e ouvir palavras que não são sentidas, fazer gestos que não percebemos realmente, cumprir formalismos com os quais não identificamos. Esse é o caminho que leva a um ritualismo vazio, sem sentimento ou significado, e que ao longo das gerações, ganha o nome de tradição. No entanto, isto não invalida o valor de algo que é feito repetidas vezes.
Sempre me foi ensinado que, na parábola do filho pródigo, o pai esperava por ele todos os dias, de tal forma que quando o filho finalmente regressou a casa, foi o pai o primeiro a vê-lo e a recebê-lo. Penso que não é abuso chamar a esta espera diária e repetitiva de ritual. Todos os dias, ir a um ligar de boa visibilidade, e esperar. Suponho que houvesse dias em que não tinha muita vontade. Depois de tantas vezes, o sentimento já não devia ser bem o mesmo. No entanto, independentemente do sentimento, houve uma perseverança mais profunda que o levou a não desistir do gesto de esperar para um dia voltar a ver o filho, e isso tornou a recepção tão especial, antes da festa propriamente dita começar.
Claro que o problema não está no ritual ou na tradição propriamente dita. Normalmente, na sua génese, estão cheios de significado. Cabe a quem os pratica procurar o significado e adaptá-lo aos nossos dias. O amor aproxima-se mais da perseverança de um ritual do que da flutuação da espontaneidade.
Sempre me foi ensinado que, na parábola do filho pródigo, o pai esperava por ele todos os dias, de tal forma que quando o filho finalmente regressou a casa, foi o pai o primeiro a vê-lo e a recebê-lo. Penso que não é abuso chamar a esta espera diária e repetitiva de ritual. Todos os dias, ir a um ligar de boa visibilidade, e esperar. Suponho que houvesse dias em que não tinha muita vontade. Depois de tantas vezes, o sentimento já não devia ser bem o mesmo. No entanto, independentemente do sentimento, houve uma perseverança mais profunda que o levou a não desistir do gesto de esperar para um dia voltar a ver o filho, e isso tornou a recepção tão especial, antes da festa propriamente dita começar.
Claro que o problema não está no ritual ou na tradição propriamente dita. Normalmente, na sua génese, estão cheios de significado. Cabe a quem os pratica procurar o significado e adaptá-lo aos nossos dias. O amor aproxima-se mais da perseverança de um ritual do que da flutuação da espontaneidade.
É uma grande verdade. E não é só o ritualismo que ás vezes sobressai e que se torna excessivo e mal fundamentado. Já por muitas vezes me interroguei acerca de algum clubismo que vejo em certas igrejas e/ou comunidades espirituais. No entanto a minha sensação é de cansaço face ás situações que apresentaste. E desalento a ver que coisas são feitas sem nenhum fundamento ou, se o têm, não é explicado.
ResponderEliminarIsto dos rituais é um tema tramado. Os rituais não são uma coisa má, isso é de certeza, porque Jesus deixou-nos o baptismo e a ceia. Por isso, não haverá nada de mal em tomar a ceia vezes sem conta ao longo da nossa vida.
ResponderEliminarDepois, há os outros rituais, em que sobre alguns mais vale aceitar que tiveram o seu tempo, e hoje já perderam o propósito. Mas é pena que não se renove o entendimento destes rituais, porque alguns são mesmo ricos.
O desalento de que falas, eu concordo, mas acrescento que este cansaço também tem a ver com a tal espiritualidade de consumo. Como pode um ritual religioso (desapegando-me do significado pejurativo da palavra religioso) competir com o êxtase de outras experiências menos aborrecidas, mais imediatas?
Nao vejo mal nenhum em repetir comportamentos desde que batam certo com a Biblia.
ResponderEliminarO ritual so se torna errado quando alguem nao percebe porque o faz. Na minha optica, o que esta errado e o "Porque sempre foi assim..." como resposta.
No entanto, Deus criou-nos criativos e a Biblia incita-nos a fazer algo novo para o Senhor. Nao porque o velho esteja errado, mas porque Deus tambem gosta de originalidade e do unico (dentro dos limites do razoavel). Ele criou-nos diferentes e com a capacidade inventiva que reflete a Sua imagem.
Salmo 98:1
Soraia